09 May 2019 11:48
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<p>Por mais controvérsias que existam a respeito métodos de ensino, um conjunto de ideias virou praticamente consenso entre educadores nas últimas décadas. Para o matemático Nuno Crato, 65, são erros de uma "pedagogia romântica". Ministro da Educação de Portugal de 2011 a 2015, ele comandou uma comandou uma reforma no sistema educacional do país que recorreu a uma receita clássica.</p>
<p>Priorizou português e matemática, eliminou disciplinas não habituais, como estudo acompanhado e projetos, e aumentou o rigor pela seleção de professores. Tudo isso em meio a uma instabilidade econômica que reduziu salários do funcionalismo e a avaliações de sindicatos e pedagogos. Depois de sua saída do ministério, os resultados do Pisa, check-up internacional de educação, fizeram o mundo regressar os olhos para Portugal.</p>
<p>Pela prova de 2015, o país superou a média da OCDE, organização que reúne o mundo criado, ultrapassando Estados unidos e Espanha, tendo como exemplo. Próximo a Dinamarca, Suécia e à minúscula Malta, foi a única nação europeia a aperfeiçoar em todas as áreas avaliadas. Hoje, no ranking do diagnóstico, Portugal ocupa o 18º local em ciências, o 15º em leitura e o 21º em matemática -três anos antes, estava em 29º, 22º e 28º, respectivamente.</p>
<p>Folha - O que explica o avanço dos alunos portugueses? Nuno Crato - Fizemos coisas simples. Demos prioridade, com mais tempo de aula, às disciplinas fundamentais -primeiro português e matemática e, depois, história, geografia e ciências. Elas são as estruturantes, permitem ao aluno progredir nas algumas. Se ele tiver complexidade de leitura, vai ser muito difícil entender história. Se tiver discernimento muito fraco de história, será penoso preparar-se política, sociologia, história da arte etc. Dessa maneira, no conhecimento dos alunos há um conjunto de prioridades.</p>
<p>E toda a gente domina. Assim como criamos programas estruturados com metas que indicavam o que o aluno deveria compreender a cada ano de escolaridade. Isso ajudou professores, pais e autores de manuais escolares a ter um propósito comum. A avaliação, perto com a divulgação dos resultados, foi fundamental. Investimos ainda no suporte aos alunos com mais problemas, com mais créditos (horários de professores) e por isso melhoramos em tão alto grau os do topo como os de miúdo da tabela.</p>
<p>Por que a ênfase em português e matemática? A verdadeira pedagogia moderna, baseada nas ciências cognitivas do século 21, mostra que não basta saber ler. Os jovens necessitam ter fluência pela leitura e nas operações matemáticas. Isto lhes permite depois libertar a mente pra atividades de ordem cognitiva superior. Se o jovem estiver a soletrar no tempo em que lê, terá dificuldade de perceber o assunto do texto.</p>
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<li>Clara de Araújo falou: 30/07/12 ás 00:45</li>
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<p>A psicopedagogia do século 21 descobriu que há um conjunto de automatismos que ajuda o conhecimento. A ideia é que as tarefas cognitivas de ordem superior -reflexão, crítica, criatividade- são baseadas em processos da ordem inferior. E o grande problema da pedagogia romântica é sonhar que se pode comparecer aos processos cognitivos superiores esquecendo-se dos inferiores.</p>
<p>Como foi encarar a resistência a essas medidas? Os professores portugueses reagiram super bem em tão alto grau a essas políticas como a outros 2 detalhes. Em 2011, Portugal teve que requisitar ajuda externa. E, entre uma série de cortes, os salários de todos os funcionários públicos foram temporariamente reduzidos. ]. Em 2011, a escolaridade obrigatória era de nove anos de estudo.</p>
<p>Um gargalo na educação brasileira é o ensino médio. O Nosso Destino é Portugal -se o mesmo. O aluno completava o básico e depois com muita complexidade o secundário. Isso só pode ser ultrapassado com uma melhor preparação para o ensino médio. Não é simplificar, porém trabalhar mais. Uma receita descomplicado. É essencial assim como existir uma diversidade de caminhos.</p>
<p>O sr. é um crítico do chamado "eduquês". Curso Português Pra Atravessar são os maiores mitos da educação? Há muitos. Um é que os alunos só devem compreender o que gostam. O defeito é que eles só conseguem saber o que gostam depois de aprender. Desta maneira, além de motivar os alunos, é preciso possuir uma pressão a respeito eles para lhes transportar conhecimentos e habilidades fundamentais. Outro mito é que avaliação faz mal, cria estresse, e os jovens ficam traumatizados.</p>